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Respeitar a privacidade dos clientes, garantir a segurança dos dados e adotar abordagens transparentes são elementos cruciais na construção de uma relação de confiança sólida entre as empresas e seu público.

Assim, ao priorizar esses princípios éticos, as organizações demonstram seu compromisso em agir de maneira responsável e estabelecem alicerces consistentes para o sucesso sustentável a longo prazo.

Neste artigo, exploraremos a importância de adotar uma abordagem ética no marketing digital, destacando a LGPD e as práticas necessárias para cumprir essa legislação.

A relevância da ética no marketing digital

A ética no marketing digital refere-se a um conjunto de princípios e práticas que orientam as ações das empresas e profissionais no ambiente online, com foco na honestidade, transparência, respeito à privacidade do cliente e conformidade com regulamentos legais. 

De acordo com artigo¹ publicado pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) do Rio de Janeiro, o comprometimento com práticas éticas e transparentes impactam diretamente a confiança do público e na reputação da marca.

O estudo ressalta que, em um ambiente digital em que as informações circulam rapidamente e os consumidores estão cada vez mais informados e atentos, as empresas que priorizam a ética no marketing digital estão mais propensas a construir relacionamentos sólidos e a conquistar a lealdade dos clientes.

Além disso, com a conscientização sobre a privacidade e os direitos dos consumidores, a adoção de abordagens transparentes é um diferencial competitivo que pode gerar um aumento na fidelização de clientes, impulsionar a imagem da empresa e evitar problemas legais.

Ademais, a integridade no marketing digital também desempenha um papel fundamental na promoção da responsabilidade social corporativa.

Empresas que adotam práticas éticas não apenas atendem às expectativas dos consumidores, mas também contribuem para um ambiente online mais saudável e honesto. Isso inclui evitar a disseminação de informações incorretas, combater práticas enganosas, e promover a inclusão e diversidade.

Portanto, as empresas que enxergam essa dimensão ética como uma parte intrínseca de suas estratégias de marketing estão mais preparadas para prosperar a longo prazo em um mundo digital em constante transformação. 

A LGPD e o uso responsável de dados

Atualmente, a coleta e análise de dados pessoais tornaram-se uma prática cada vez mais comum em diversas situações rotineiras, desde compras em farmácias até o uso de redes sociais e interações em aplicativos.

Esse procedimento possibilitou o desenvolvimento de previsões altamente precisas e a criação de perfis específicos com base na utilização de big data e inteligência artificial.

Entretanto, junto com os avanços tecnológicos, surgem também riscos significativos. Nesse contexto, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) desempenha um papel central, ao conferir uma série de direitos aos indivíduos e impor obrigações fundamentais tanto a instituições públicas quanto a empresas privadas.

Desse modo, a Lei n° 13.709/2018, LGPD, que entrou em vigor no Brasil em setembro de 2020, trouxe mudanças significativas no que diz respeito à coleta e uso responsável de dados pessoais. 

A LGPD estabelece princípios e diretrizes para a coleta, armazenamento e tratamento de dados pessoais, bem como obrigações rigorosas em relação à segurança e à notificação de incidentes de segurança. Empresas comprometidas em manter-se em conformidade com a LGPD devem seguir princípios essenciais, incluindo:

  • Finalidade específica: As empresas devem coletar dados para finalidades específicas e informar claramente aos clientes.
  • Transparência: As empresas devem ser transparentes sobre como coletam e utilizam os dados pessoais dos clientes.
  • Consentimento explícito: O consentimento explícito dos clientes é obrigatório para a coleta e uso de seus dados pessoais.
  • Proteção e segurança: As organizações devem garantir a segurança dos dados pessoais dos clientes, implementando medidas adequadas de proteção.
  • Direitos dos titulares: A LGPD concede aos clientes diversos direitos sobre seus dados, incluindo o direito de acesso, retificação e exclusão.

Desse modo, essas diretrizes possuem um impacto direto na segurança da informação no ambiente digital, o que se torna ainda mais relevante diante do aumento substancial dos ataques cibernéticos no Brasil. 

De acordo com levantamento da Fortinet de 2022, no primeiro semestre de 2022, o país enfrentou um total de 31,5 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos direcionados a empresas.

Esse número representa um aumento de 94% em comparação com o mesmo período do ano anterior, o que mostra a importância da cibersegurança para organizações de todos os setores.

Nesse contexto, a Lei Geral de Proteção de Dados desempenha um papel relevante, pois seu principal objetivo é resguardar os direitos dos cidadãos e garantir que as empresas utilizem os dados de maneira responsável.

Além disso, a legislação também impõe maior transparência aos procedimentos de tratamento de dados, pois estabelece a obrigação de informar ao titular sobre a coleta e uso de suas informações.

Práticas transparentes para construir confiança

Práticas transparentes desempenham um papel vital na construção de um relacionamento de confiança entre empresas e clientes no contexto do marketing digital.

É importante que as empresas forneçam aos consumidores informações claras e acessíveis sobre a coleta e uso de seus dados. Além disso, a transparência não se limita apenas a mostrar como os dados são utilizados, mas também a quem têm acesso a essas informações, como são protegidas e por quanto tempo são armazenadas.

No âmbito do marketing de conteúdo, é imprescindível a presença da transparência para preservar a confiança do público. Isso implica na divulgação e esclarecimento de qualquer associação, colaboração ou incentivo financeiro que possa exercer influência sobre as recomendações e análises apresentadas aos consumidores.

Portanto, ao adotar uma abordagem transparente em relação a possíveis conflitos de interesse, as empresas demonstram sua integridade e asseguram que os clientes não sintam que dados cruciais estão sendo omitidos. Essa prática fortalece a credibilidade entre as empresas e seu público, garantindo que as informações sejam compartilhadas de maneira ética e completa.

Em um ambiente digital altamente competitivo, a confiança representa um recurso extremamente importante, sendo a ética o elemento fundamental para obtê-la e preservá-la.

Assim, a integridade no marketing digital se apresenta como a base que sustenta relações confiáveis, assegurando o êxito das empresas em um cenário online que prioriza a privacidade e a segurança de dados.

¹ BRANCO, Sérgio; TEFFÉ, Chiara Spadaccini de (Coords.). Plataformas digitais e proteção de dados pessoais. Rio de Janeiro: Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio, 2023. 370p